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sexta-feira, 25 de março de 2011

O olhar de Elizabeth...

A Primavera que acaba de chegar, será um pouco menos violeta. Mal esta colocou suas malas nos campos ainda cobertos de neve e, despediu-se Dame Elizabeth Taylor, dona de raro olhar, de rara cor, os quais ela garantia serem vermelhos. Claro, zombava da legião de admiradores aos quais seduziu por gerações a fio. Seduziu, também, a Marco Antônio e suas legiões romanas, emprestando o fatal olhar a Cleópatra. Marco, não resistiu a ilusão do cinema e, amou-a fora das telas na pele e no coração de Richard Burton. Liz, uma vez, pediu para ser sepultada junto a seu verdadeiro amor. Casou sete vezes- duas  vezes com Burton - e, nunca confessou em qual seu olhar, qual cor fosse, brilhou mais forte. Quem sabe, confiou nas juras de amor de M. Antônio a Cleópatra: "a cada vez que respiramos, estaremos mais próximos um ao outro...". Talvez tenha sido mais amada e desejada, do que amou ou desejou um dos 7 oficiados...

Tenho a impressão de que a própria Liz, com seus belos olhos de cor púrpura, via tudo isso com um glamour menor do que lhe impigem. Alguns de nós, não resistimos a necessidade de acreditar que pessoas belas, famosas e, ricas, sejam os verdadeiros modelos de vida a seguir. Relevam seus enganos e, mesmo, maldades. Preferem fracassados famosos a, bem sucedidos anônimos. Não estou a dizer que Liz tenha sido uma fracassada. Suas ações humanitárias são nobres. Como atriz, sua beleza ofuscava os defeitos que os críticos de cinema apontam. Ultimamente, tem morrido muita gente famosa e, muitos ainda irão morrer. É certo que os anônimos morrem em maior quantidade e, isto lhes reduz, ainda mais, a importância. Talvez, por isso mesmo, deveria ser a estes dedicada um pouco mais, e melhor, atenção. Somente através do falecimento, é que as pessoas conseguem avaliar a vida. Sempre a alheia, posto que não há retorno para um mea culpa de viva - ou falecida - voz. A morte ainda é a melhor e maior moldura para a Vida.