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sábado, 14 de dezembro de 2013

A Ilusão é Azul? Pequenas reflexões sobre grandes questões…


Faz alguns dias que a temperatura não consegue subir os degraus do termômetro, de modos que tenhamos dela uma visão positiva. Tem se mantido entre ZERO e 20 negativos Celsius. A escala Fahrenheit é mais generosa e, estabelece 32 como sendo o ponto de congelamento da água, ou seja Zero Celsius. Celsius ou Fahrenheit, tem feito muito frio e, semânticas técnicas a parte, o termômetro esfrega a realidade em nosso nariz congelado.  Lembro de um livro de Ignacio de Loyola Brandão; Não Verás Pais Nenhum, onde na, agora longínqua, década de 70 ou 80, ele escrevia a ficção de um mundo  sem água, ambientalmente super-aquecido e, emocionalmente congelado... Sabemos; muita gente, bem ou mal, escreveu sobre isso, em todo o mundo. Orwell, o brasileiro J.J.Veiga e, tantos outros... Ninguém acertou, fatalmente. Ninguém errou, completamente. A vida, a Natureza, as pessoas, são todas caprichosas e, sensíveis... detestam generalizações. E, é tão mais fácil generalizar... Em meio a toda a conversa sobre aquecimento do planeta, li, dias atrás, que por muito pouco não foi estabelecido um novo recorde de sub-zero temperaturas, na Antartida. Absurdos -93 graus Celsius! Cheguei a sentir uma onda de calor a passar, enquanto escrevia sob generosos -8 graus Celsius. Particularmente, nunca causou-me abalos psicológicos de monta, saber que o planeta poderá aquecer em 2 graus Celsius, nos próximos 100 anos. As razões para minha tranquilidade, são várias: sincera e egoisticamente, sei que estarei morto e, os vivos, irão sobreviver confortavelmente com as novas temperaturas; cansarão  menos tendo de caminhar para uma praia agora mais próxima, graças a elevação das marés. As casas tomadas pelo mar, terão de ser reconstruídas em terreno mais elevado e, portanto, mais trabalho para a população. O Polo Norte, supõe-se, terá derretido e, mais espaços serão abertos para acomodar os bilhões que Maltus afirmou, um dia, virão para superlotar a Terra.  Espécies desaparecerão, tais como ursos polares e, pernilongos da Patagônia? Paciência... espécies novas tem sido descobertas aos milhares e, outros milhares já desapareceram anteriormente... A nossa bela Terra, ignorou a tudo isso, adaptou-se e, continuou a evoluir, majestosamente, no infinito Éter. A água que temos é limitada, todos sabemos mas, nenhuma gota, jamais , evaporou para sempre, na imensidão do espaço sideral... simplesmente, muda de lugar e, assim, também fazemos nós, humanos, feito caravanas a cruzar a História e desertos... Assim, arrisco dizer que, não morreremos de fome ou sede, por falta de alimentos ou água. Mais realistico é dizer que morreremos por falta de caridade. Não a caridade dos beatos mas, sim, a caridade que se origina na inteligência. A inteligência que mostra e demonstra que, se um de nós não estiver bem, todos fracassamos. A fome que rói o estômago dos miseráveis, é a mesma fome que apertará o gatilho que destrói a vida dos abastados... Assim, quem não se preocupa com a fome dos desprovidos, terá de preocupar-se em como defender o guarda-comidas do assalto iminente...
Ao mesmo tempo em que a caridade inteligente é negligenciada, observa-se um sentimentalismo inútil dirigido a minorias de toda sorte; animais, gays e lésbicas, homens de diferentes cores, diferentes na sorte ou no azar... Enquanto uns se preocupam em construir caráteres, outros dão atenção a satisfazer caráteres, sem se preocupar se são bons ou ruins. Precisam de um ídolo a quem possam acender suas velas que incensam sentimentos nobres, ou pobres. Acabam de enterrar Mandela, depois de longa estadia neste planeta; 95 anos, 27 dos quais, talvez os de maior vigor físico, gastos dentro de uma prisão que, sequer, tinha um vaso sanitário, substituído este por uma lata de lixo. Sai de lá este homem falando em união, em perdão ao hediondo crime de racismo, do qual foi vitima por séculos, ele e seu povo. Enquanto isso, no mesmo hemisfério, em cidade do mesmo paralelo onde se localiza a aldeia do grande sul-africano, vem a luz que Lula, nossa tênue sombra de Mandela tupiniquim, além de assecla de condenados que fizeram parte de seu governo e partido politico, foi também informante da ditadura que dizia combater.  De onde vem Lula, nossa esperança de Mandela? Lula é produto, de um lado, dos párias de uma sociedade;  um caldeirão onde fermentam pobreza e, mal-intencionada ignorância. De outro lado, é tambem, produto do caldeirão onde azedam a caridade-burra e intelectualidade-inútil, de uma elite canalha. Essa foi a nossa esperança, por 30 anos, de um Mandela tropical... Deu no que deu; um Macunaima sem alma. Enquanto tudo isso acontece, por um lado, a dita “galera” encanta-se com  os mais belos bum-bums, os mais belos gols do campeonato, matam-se nas “arenas”; nome tragicamente correto, tardiamente achado, para nossos “estadios” que desabam. Por outro lado, a “elite” causa grande alvoroço defendendo beagles, aplaudindo porcarias que, mesmo em sua terra de origem, foram rechaçadas, não pela moral; falsa ou verdadeira mas, pela inutilidade da mensagem, diante das verdadeiras urgências nacionais. Refiro-me e tomo como exemplo o L’inconnu du Lac de Alain Guiraudie que, como ele próprio se define, é “...um diretor de grandes filmes e pequenas platéias” e que, eu prefiro entender como filmes para pequenas e barulhentas platéias... Trata-se de uma trama envolvendo criminoso que ataca gays que tem como point um certo lago, onde os limites nao tem importância... Claro, agradou em cheio a comunidade gay e, causou problemas na liberal Franca com a simples exposição dos cartazes promocionais do filme... No Brasil, agradou a quase todos; uns pela conveniência, outros pela alienação total... Não sei da opinião daquele pastor que tem a cura gay...  As opções são estas: convenientes, alienados ou, radicais falso-moralistas... que saudades de um Jean Piaget!

Reclama-se muito da falta de romantismo que assola a humanidade. Já aborreci muita gente com esse tema em meu blog Damas e Cavalheiros… e, por bons modos, nada acrescentarei, além de dizer que as ilusões românticas não tem mais a cor-de-rosa; elas são azuis... 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Segredos Privados e Impublicáveis de Públicas Personalidades...

Daryan Dorneles/DivulgaçãoFSP

O tempo passa e, se não muda realidades, expõem-as sem disfarces, enganos ou ilusões. Aí estão Chico Buarque de Holanda e Roberto Carlos Braga; dois expoentes do cancioneiro nacional, fazendo contorções semânticas que rivalizam com as belas letras de suas composições musicais, para justificar suas posições; anti-democráticas segundo alguns, ao pretenderem calar seus biógrafos; autorizados ou, não.

Penso que, Roberto Carlos surpreende a poucos, já que seu alienado conservadorismo, é tão antigo quanto a Pedra do Itabira, lá em Cachoeiro do Itapemirim, cidade de onde veio, a qual é louvada de maneira belamente melancólica na voz de seu filho famoso.

A surpresa, de verdade, fica por conta de Chico Buarque; que é de Holanda mas que, estava na França, hospedado em luxuoso hotel em Paris, apesar de amar Havana. Entrevistado, Chico fez confusa construção de palavras, nada digna de Pedro Pedreiro, para dizer que, poderia estar enganado; que não entende bem a lei vigente... Quem te Viu, Quem Te Vê!

Chico é um monumento da MPB, da Literatura e, do Teatro e, apesar do incompreensível e insensato apoio aos ditadores cubanos, sua opinião merece respeito, malgrado suas justificativas para tal sejam pífias e esburacadas.
Artista  é, mesmo, um animal estranho e de lógica complicada; muitas vezes equivocada. Junta-se a Chico neste imbróglio, Caetano Veloso, reconhecida vítima da censura, tendo amargado duro e gelado exílio em Londres por conta da ousadia de querer falar, cantar escrever suas idéias... Caetano, em minha opinião, situa-se de maneira equidistante no espectro ideológico que separa Chico de Roberto. Chegou a ser xingado de "reacionário" por radicais albaneses e cearenses mas, inteligente, não precisou se esforçar muito para confundir a burra esquerda e a retrógrada direita, brasileiras.

Cada cidadão tem o direito de dar sua opinião e, essa; claro, deve ser respeitada. Entretanto, é preciso ser sincero e admitir o gosto de tons mórbidos que as pessoas tem por fatos negativos de vidas alheias. Fossem éticas essas pessoas e, nossos artistas e famosos não teriam essa preocupação, agora, no ocaso de suas conturbadas existências. Alguém lá irá ponderar, com grandes doses de razão: É o natural preço da fama... E, ai por diante, uma infinidade de argumentos estão a se amontoar. De minha parte, espero que prevaleça a verdade e que, aos biógrafos mal intencionados, seja aplicada a lei que prevê punições a caluniadores e mentirosos.

O Brasil, as vezes, lembra-me as densas florestas tropicais e equatoriais que ainda cobrem parte de seu imenso território: Belo a distância; traiçoeiramente perigoso para o descuidado aventureiro que nele se embrenha na tentativa de compreende-lo...



domingo, 16 de junho de 2013

Vinte Centavos!

Irônicamente, por módico preço, míseros vinte centavos - o governo vendeu o sossêgo no qual assaltava o país... Para desgosto petista, o tiro no pé foi dado por um prefeito do PT, em estado governado por partido adversário, o PSDB. A primeira vista, ardilosa e não planejada trama que, caiu como uma bomba no quintal de Dilma e, como uma dádiva dos céus - estaria aceita tivesse vindo dos Infernos - nas searas do PSDB e adversários petistas. 

Entretanto, não há muito o que festejar, por mais contraditório esse comentário possa soar. Se não, vejamos:

Mostrando o nível de falta de educação politica do brasileiro, a gota d'água NÃO FOI:

A PEC 37;
Deputados condenados, voltando ao Congresso; 
Maluf tendo de devolver dinheiro a cofres públicos, sob força de lei estrangeira e, depois, a justiça de seu próprio país não tomar providências;
Lula escapar do julgamento do Mensalão; 
Pessoas sendo incendiadas;
A falência da Petrobrás;
A roubalheira no desvio do Velho Chico; enquanto o nordestino cumpre sua sina maldita de flagelado pela seca.
Não foi a morte de 25 crianças em 12 dias, em Belém do Pará, por falta de pré-natal...

E, o motivo não foi alguma das tantas outras falcatruas, de toda sorte e natureza,  as quais tem desgraçado a vida do brasileiro. Foram, sim, simples 20 centavos subtraídos de bolsos miseráveis, quando, possivelmente, há razões técnicas para o aumento das passagens de ônibus.

Aprendi que, quando algo começa errado, não terminará de maneira certa. São muitos os desacertos e, era de se esperar que os poderes constituídos deles tomassem conta, dando satisfação adequada as expectativas da Nação. Não aconteceu. Ao contrário, o que se viu como resposta foram, no mínimo, indiferença e insanidades como essa PEC 37, verdadeiro indulto antecipado a quem quiser praticar bandidagem valendo-se do cargo de parlamentar.

A boa ordem recomenda que o povo eleja seus representantes e, esses trabalhem na direção dos anseios de seus representados. Não tem acontecido assim. Os eleitos tão logo tomam posse, passam a trabalhar em 2 projetos: enriquecer de maneira não ética e/ou criminosa e, permanecer no poder a qualquer custo. Os eleitores, que esperem. O Congresso brasileiro é uma bacanal. Não digo prostíbulo, porque esse obedece a determinada ordem para agradar seus clientes, coisa com que o Congresso não tem se preocupado: Agradar a quem o elegeu. Há ali um sem número de condenados, sofrendo processo; coronéis que administram currais eleitorais, gente completamente despreparada para a função, mal-intencionados, criminosos abrigados no título de deputado e/ou senador, foragidos de potenciais condenações e, outras aberrações impossíveis de serem aceitas em país que pretenda vencer no cenário mundial.

Agora, ai estão essas multidões buscando os resultados que lhes negaram seus eleitos. Pergunto: São pessoas decentes, corretas, honradas, honestas? Respondo: O Congresso é o espelho de quem o elegeu. É uma legião tentando corrigir os enganos que cometeu ao votar.  Correções não são fáceis de fazer. Requerem muito mais trabalho do que fazer direito pela primeira vez; todos temos alguma experiência nisso. Possuímos extraordinário know-how em cometer erros. O Pais, se sinceramente analisado, é um erro de mais de 500 anos. Alguém dirá: somos a 6a. maior economia mundial. Eu direi: Esse número mostra muito mais o tamanho de nossos enganos, do que de nossos acertos. Se considerarmos os recursos naturais do país e, todo potencial disponível aos que aqui começaram há 500 anos atrás, temos sido extremamente incompetentes ao administrar tamanha riqueza. Então, somos o sexto maior incompetente do mundo. Países com recursos assemelhados, e de história muito mais recente; Canadá, Austrália, EUA, estão muito melhor posicionados. Foram mais competentes em administrar as vantagens naturais que encontraram. Hoje, o que temos é um pais sendo saqueado por nacionais e estrangeiros.

Há muitas pessoas bem intencionadas entre os manifestantes. Mas, receio que os mal-intencionados possam ser maioria. Ou que, no mínimo, haja uma minoria mais atuante que sobreporá suas ambições condenáveis, aos legítimos anseios da maioria decente, caso essa exista. Já aconteceu antes, muitas vezes e, em passado recente. Dizem que os militares de 64 tinham boa intenção ao nos livrar dos esquerdistas. Os Infernos, é sempre bom lembrar, estão cheios de bem intencionados. Agora, vamos de novo! O bravo povo brasileiro em ação, para se livrar dos esquerdistas reincidentes, fazendo o que deveria ter sido feito pelos deputados e senadores, os quais elegeram... Será uma longa luta, não tenho a menor dúvida disso. Nesse script de uma tragédia, está faltando um morto, como o estudante Edson, lá no Rio, na Revolução de 64... Depois, é um salve-se quem puder... 

A História se repete, isso também é verdade mas, o povo pouco está se lixando pela História. Lá na frente, a gente resolve... Deus é brasileiro... O Brasil é maior do que o buraco... Hoje tem Seleção...e, por ai vão os motes que temos declamado como mantra ou maldição, séculos afora, desde sempre...

Uma vez, punguista bateu a carteira de Chico Buarque, onde haviam 20 cruzeiros e o retrato de mau sinado amor. Chico achou barato o preço pago para se livrar da amada que o maltratava. Eu acho barato 20 centavos; preço que o Brasil tem de pagar pelo ônibus que o leve a Bom Futuro... Não perca a condução, cidadão!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pergunta a Deus...

Desde cedo, ensinam-nos a executar nossas tarefas de maneira correta, para que não seja necessário corrigi-las mais adiante. Isso vale para todas as nossas atividades, concretas ou abstratas, na paz ou na guerra. Pessoas de caráter inquestionável, esmeram-se em suas obras, preocupadas com que, no futuro, não venham a ser motivo de criticas e desonra, por conta de  falha grave, um dia que fosse, ao longo de suas vidas. Enfim, o objetivo da imensa maioria, é projetar o nome por séculos, milênios; quem sabe ficar conhecido pela eternidade em consequência de obra certa, boa e verdadeira. Foi com esse pensamento que, dia destes, peguei-me perguntando a Deus, porque é que Ele, próprio, não criou um homem melhor, ao menos com a intenção de que fosse perfeito, ainda que mais tarde desse errado. Não, não; respondo de bate-pronto aos advogados de Deus! Deu errado logo em seguida, mal foi criado o homem, assim que Ele mandou acender a luz! Traição, assassinatos, e desacertos. Outros, em visão mais lógica e científica, descrevem um início caótico. Vida miserável em cavernas, perigos de toda sorte, ignorância crônica, expectativa de vida baixíssima, enfim; uma dureza infernal. Seja lá qual tenha sido nosso começo de vida; no Paraíso com expulsão; em cavernas depois de rastejarmos para fora dos oceanos, ou foragidos de outro sistema estelar viajando em carruagens de fogo; nada disso tem importância se admitirmos com sinceridade que o projeto teve falhas lamentáveis... Nunca encontrei religião ou filosofia que desse explicação decente para esse erro lastimável, o qual tentamos corrigir canhestramente, sem lá muito boa vontade em acertar mas, malandramente, empurrando para a próxima geração...
Em meio a tantas sandices oferecidas por malucos de todas as nacionalidades, fanáticos de tantas religiões, vivas e mortas, espertalhões de arrabaldes, canalhas aristocratas, e inocentes inúteis digo que a melhor resposta que encontrei foi: Tudo não passa de uma grande brincadeira divina! Uma piada, uma galhofa, uma gozação dos céus! Ou, vão querer que eu acredite que 60, 70, vá lá; 150 anos de vida nessa Terra signifiquem alguma coisa quando comparados com a eternidade? Viva bem, honradamente, mas não esqueça; seus dias estão contados...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Amigo do Peito...



Sou seu amigo; um velho amigo do peito, apesar de que você me evita de todas as formas... Estranhamente, você não me quer mas, me procura usando de todos os meios possíveis e inimagináveis, na tentativa de me encontrar... Não ligo para suas esquisitices e, cá vou me ajeitando como posso. Nosso caso, está escrito; é paixão de vida ou de morte...
 
Na maior parte das vezes em que tivemos a oportunidade de nos encontrar, você descartou minha companhia. Aborreceu-se de maneira irremediável, decepcionou-se, entristeceu-se, e deprimida, anulou-me. Resisti como pude a nossa separação e, em algumas ocasiões, fiz valer minha presença.
Não importa qual tenha sido o resultado de nosso encontro; não importa quem tenha vencido, uma certeza tenho comigo: Você recebeu de mim algumas das maiores lições de sua vida; aprendeu a exata importância de cada sentimento, de cada sensação; de um olhar.

Aprendeu a admirar com olhos de ver uma flor, uma luz; aprendeu o valor de um sorriso, de um calor, de uma presença e, por que não? das ausências..

Você, hoje, reparei, reconhece o real valor das coisas que lhe pareciam ser corriqueiras e, sem importância... Tenho a certeza de que você não vê mais o mundo que lhe cerca, da mesma forma como o via ontem... Sei que eu lhe abri os olhos e elevei seu entusiasmo para caminhar novas distâncias e, apreciar cada sabor, cada cheiro, cada cor, de um mundo que sempre está a sua espera...

Sei que, apesar de tudo isso, vc me quer longe de si... quer que eu desapareça para sempre e que de mim, só mesmo fique a lição de amor a vida que lhe dei ... Sou seu amigo do peito; sou o câncer, Mama...

(Para todas as Maris, Marias, Marianas, Evas... que, com muito peito enfrentam o que a sorte lhes envia... aceitem meu beijo de respeito e admiração...)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Para você...


Pra  você que tem pressa e não presta... nao presta atenção ao sabor da vida....

Pra  você, que não fala a ninguém o que sempre quis ouvir de todos

Pra  você, que não ouve de ninguém o que precisa saber mas, fala a todos, tudo o que já sabem... 

Pra  você, que não escreve o que lhe acusa mas, quer sempre ler o que lhe perdoa...

Pra  você, que toca uma canção esperando que todos ouçam e gostem...  

Pra  você, que não permite que toque seu coracao, a canção que toca no coração de quem lhe ama....

Pra  você, que não quer o antigo mas, está a envelhecer a cada segundo...

Pra  você, que renega a antiga juventude e idolatra a nova velhice que nasce a cada dia...

Pra  você, que olha no espelho e, so tem olhos para o que pôde salvar do incêndio dos anos...

Pra  você, que vê nas marcas de seu rosto, derrota e, não marcas de uma luta, vencida ou, não, mas da qual não fugiu...

Pra você, que não vê em si, a beleza que a muitos encanta....

Pra  você, que não vê a dureza de espirito que a todos assusta...

Pra  você, que vive a esperar a compaixão alheia, aos enganos que não corrige...

Pra  você, que tem a certeza de que amanhã você será melhor...

Pra  você, que procura por todos os lados, por todas as vidas, a vida que está dentro de você...

Pra você, que tem a secreta esperança de sobreviver à morte...

Pra  você, que não tem tempo para pensar na eternidade, porque a vida é uma realidade eterna...

Pra  você, eu desejo fé e coragem, principalmente quando a descrença e a covardia já tomaram conta de todos a seu redor...

Pra  você, que acredita em si, sem vacilar...

Pra  você, peço que debaixo de todo esquecimento sempre guarde a lembrança de como é ser Humano....

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fotos e Retratos...


Outro dia, li alguem reclamando de que há muita fotografia no mundo. Isso é certo; não há como negar. Antes, era necessário pagar pelos filmes e, pela revelação das fotos e, as pessoas tinham de ser cuidadosas com o que fotografavam e, com o bolso. Podiam ficar sem filmes e, sem dinheiro. Hoje, no máximo, ficam sem baterias ou pilhas... Tudo isso, leva a esse oceano de imagens no qual estamos mergulhados e, felizes. Sempre gostei de fotografias, desde que não me retratem. Além disso, convivo com uma pessoa que tem por hobby, fotografar. Minha participação é suburbana e anônima. Assemelho-me a aquele sujeito que carrega os tacos para o golfista. Sei que estou sendo pretensioso ao comparar-me ao caddy e, sim; admito, não passo de um simples motorista que dirige a fotógrafa a locais onde esta da vazão a sua sensibilidade e, a energia acumulada na ponta do dedo.  As vezes, descuido e, arrisco um palpite, em geral, infeliz. Recebo a costumeira admoestação... humilde e contente, recolho-me ao meu lugar de coadjuvante.

A foto digital, aceito, tem vantagens enormes e definitivas em relação a fotos feitas a partir de filmes. Entretanto, nada é perfeito e, arrisco apontar algumas possíveis perdas. Ver uma foto na tela, não traz o mesmo sentimento que um velho retrato transmite a quem o segura nas mãos. Fotos digitais não podem ser guardadas em caixas de sapatos, e la, envelhecerem, e adquirirem alma. Não serao admiradas pela familia em dias chuvosos e natais; nem distrairão as visitas enquanto estas saboreiam um cafezinho e, falam de passado e pessoas distantes." Quem terá escrito isso? Sera que foi a vó? Olha que letra bonita... Naquele tempo se escrevia afecto...". Antigamente, as pessoas faziam retratos que mostravam a família, o bebe que engatinhava ou que, já conseguia permanecer em pé e, os enviavam para avós, pais e familiares. Escreviam no verso dedicatórias, fatos engraçados sobre o fotografado ou, mesmo, queixas sobre prolongadas ausências. Davam voz a criança, certos de que a mensagem causaria emoção no faltoso. Nem sempre isso funcionava. As grandes distâncias, as impossibilidades físicas e de alma, a "falta de leitura" - eufemismo para denominar analfabetos - tudo conspirava para que a lamuriosa foto, recebesse não mais que um simples suspiro e, fosse guardada na gaveta de alguma escura cristaleira, dentro do envelope que a carregou por longos caminhos. Os namorados de outrora, trocavam fotos com dedicatórias e, a levavam consigo, junto a dinheiro e documentos. É verdade que em relacionamentos desafortunados, as fotos causavam grande prejuízo, não a carteira mas, ao portador. Chico Buarque achou barato perder 20 cruzeiros para o ladrão que prestou-lhe o favor de levar a carteira de dinheiro onde estava o retrato da amada que o infelicitava. Também, tirava-se fotografia das pessoas mortas, quando estas eram veladas na sala de visitas das casas... A perda, era assim, registrada e prolongada até o ultimo suspiro dos sobreviventes; algo que se pode chamar de culto aos mortos e, a dor. Sempre houve desgosto para tudo...

Digitais ou de filmes, a fotografia é uma arte. Representa a busca sem fim e inútil de eternizar a realidade, boa ou ruim, no papel ou nas telas. Uma ilusão que estará sempre a mão. Penso que as melhores e piores fotos, são aquelas que ficam impressas na alma... para sempre. Sorria!