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sábado, 22 de maio de 2021

O virus da Ignorancia.



Amigos, candidamente, sinceramente, seriamente, digo que ontem fiquei com dó do Brasil. Daquele Brasil que não é bem o nosso, agraciados que fomos com alguns recursos; se não tanto quanto gostaríamos mas, ainda assim, suficientes para uma vida decente, digna e, isso sim de grande valia: o conhecimento suficiente para nos colocar a salvo das pregações dos Charlatões da Política que, agora, incursionam pela Medicina. 


Ouvi falar sobre possível ineficácia - ou ao menos, menor do que a eficácia esperada - da vacina Coronavac. Segue, resumidamente, o balanço do círculo de ferro e dor vivido pelos humildes e descalçados brasileiros e que, provocou em mim aquele que é considerado o pior dos sentimentos, qual seja, a dó:

Doença terrível e desconhecida, assola os continentes. Busca-se a origem e algum culpado, pois, como sempre, antes de uma solução, o importante é ter um culpado para distrair as massas. Chineses e seu odioso cardápio a base de animais pestilentos, são os escolhidos. A pandemia assusta, e os olhos da nação, voltam-se para o presidente da república, Jair Bolsonaro. É a oportunidade de ouro que lhe cai no colo, para provar que não é somente um bravo comandante ao enfrentar gays de "sangue contaminado", gordos quilombolas e jornalistas de perguntas atrevidas. Não acontece e, repete-se a maldição que o condenou a burrice incuravel e que o levou a se desentender com a Arma que lhe deu a patente de capitão; desta vez estrelando desinteligências com autoridades médicas as quais nomeou como seus ministros. Parece ignorar que a diplomação para Presidente da República do Brasil, não inclui diplomação que o habilita como médico, enfermeiro, portador de padiola ou, conforme admitiu em raro ato de sinceridade, sequer como coveiro, apesar das mais de 500.000 sinistras oportunidades que ajudou a criar. Entre atos desatinados em padarias e feiras de rua, propala barbaridades insuportáveis, banaliza cuidados, contraria ministros da saúde e seus aconselhamentos aprendidos na Medicina ortodoxa. Foram prontamente chutados e substituídos por general que, alardeado como grande oficial logístico, revelou-se, isso sim, acabado mentiroso, além de não entender nada de logística, conforme ficou provado no fracassado abastecimento do Amazonas com oxigênio e, o transporte de insumos da Índia, quando o avião lá enviado, retornou vazio... 
O Presidente-médico garante que atleta "não pega o vírus"; que Ivermectina e outras "inas", curam, conforme ensinou-lhe o que, em divina visão, foi revelado ao Grande Deus Louro Americano, agora em vergonhos e embaraçoso exílio, às voltas com as Leis da Terra. O vírus é sensível à virilidade do brasileiro, sujeito macho e que não o teme. Fiocruz e Butantan que podiam fabricar até mesmo o insumo, sequer este o tem disponível para produzir a vacina. Importa-se vacina em quantidade insuficiente, raciona-se a aplicação da mesma por idade e periculosidade do ofício de cada um; apesar da utilização da "xepa"... falta oxigênio no pulmão do mundo; salvam se alguns amazonenses graças a humilhantes doações do precioso gás, feitas pelo "esquerdista" Maduro; faltam leitos, faltam caixões, e os disponíveis são usados para enterrar... cascalhos; esfarrapada tentativa de reduzir os numeros da tragédia. Não, não eram defuntos; eram pedregulhos! Depois de angustiosa espera, alguns cidadãos, maioria de idosos, recebem injeção de... ar ou, soro!!! ao invés do tão esperado salvo conduto chines, russo, americano, indiano... Sucedem-se os roubos e atos corruptos na compra do medicamento; estragam-se vacinas por falta de cuidados no armazenamento, otários pagam por injeção de soro, ricos vão ao exterior para serem vacinados, vacinas são vendidas na 25 de Março... instaura-se a desordem. Fornecedores - países e empresas - boicotam, negaceiam, embaraçam o fornecimento de insumos e de vacinas, devido a tratamento mal educado e insultos racistas proferidos por autoridades brasileiras (pasmem!). Humilhantes desmentidos, camuflados e pouco sinceros pedidos de desculpa,são oferecidos aos malditos "comunistas" chineses, na tentativa de restabelecer as remessas provindas da China... Brasil, uma das 10 maiores economias globais, é incluido pelos EUA na lista de nações miseraveis que irão receber a titulo de caridade, vacinas que lá sobram.Comissão de inquérito é instaurada para apurar os responsáveis pelas falcatruas. Antigos bandidos compõem a CPI que convoca bandidos novos e antigos. Insultos indefensáveis são trocados. O STF concede habeas corpus aos bandidos novos, para que estes possam calar e mentir deslavadamente, aos bandidos que os julgarão... e, a pizza está quase pronta...mais uma vez! É, ou não é de dar dó do iletrado, mal-defendido cidadão que votou em A, B, ou C, na esperança de ter trabalho, comida e, vá lá; moradia? Agora, tiram-lhe a própria vida.... Com toda licença, paciência e compreensão dos amigos, digo a estes malditos: Vão pra puta que vos pariu e, de lá, sigam para o inferno com a vaca desgraçada que não lhes ensinou cristandade, caridade, e algum; ainda que fosse somente algum; caráter...

domingo, 17 de janeiro de 2021

Avolumam-se os e-mails que tem como "Assunto" as agourentas palavras  "Notícia ruim" ou "Notícia triste", invariavelmente, ao menos para mim, enviados pela Leninha, a guardiã da Tchurma. E, lá está a melancólica informação de que algum amigo ou amiga, finou-se. Repetem-se os naturais sentimentos de impotência diante dessa "epidemia" interminável a que chamamos Morte. Seguem-se as costumeiras palavras de condolências dos velhos companheiros de mais de meio século, carregados de maior ou menor emoção, a depender do grau de proximidade com o falecido. Em boa parte das mensagens, nota-se a estupefação diante do desaparecimento do antigo amigo. Ali, mais uma vez, estará um grupo de pessoas, tal como elefantes, a mirar o semelhante abatido por esse predador impiedoso, silencioso, imprevisível, indefensável; a Morte. Anos incontáveis, séculos de perdida memória passaram-se e, em todos eles, infalivelmente, a Morte esteve presente. Entretanto, a repetição desse acontecimento, não tem sido suficiente para que cheguemos a um acordo pacificador da alma; a uma rendiçao incondicional a essa fatalidade e, assim, sempre somos surpreendidos e reagimos como fosse desconhecida e inesperada desgraça.

Há uma popular comparação da vida e morte a uma viagem de trem. Nele, embarcam e desembarcam pessoas nas estações que se sucedem ao longo do infindável percurso. A comparação é boa, e ajuda. Em outra analogia, preferiu-se comparar a vida e morte, a estadia em hotel. Nada do que cerca o hóspede, lhe pertence. A cama onde dorme, a mesa onde se alimenta, a mobília que lhe acomoda, tudo ali será de breve serventia e, haverá um momento em que até mesmo a roupa que veste, terá de ser abandonada. Mas, asseguram os sábios que, a virtude e a honra sobrevivem no espírito. Para isso, nada deve ser deixado para depois. Não temos controle sobre a morte mas, sim, sobre a vida. É preciso encerrar cada dia tendo as dívidas pagas, tal como se espera de uma pessoa honrada e ética, ou, se preferirmos, não se deve desviar o olhar da morte por nenhum um minuto, já que ela, tal como um trem, é a condução para uma existência melhor e eterna e, não devemos perdê-la. Quem espera a morte, nada teme. Entretanto, é necessário não deixar nada inacabado, seja um pedido de perdão ou uma despedida, pois isso tornará mais difícil adentrar ao trem que nos espera na estação para o embarque inadiável. Deve-se partir, deixando todas as contas quitadas, sem necessidade de retornar para acerto de dívidas de nenhuma espécie, de corrigir faltas para com a honra, ou para aprendizado e prática de virtudes básicas. 
Por um momento, a morte pode ser triste mas, em essência, é compreensível e bem-vinda. Por mais suscetível sejamos a dor da separação, a realidade irrefutável é que, revoltar-se contra a morte, não é sensato e, assemelha-se a criança que se recusa a sair do ventre da mãe que o espera para lhe dar amor e carinho. Entrar para o palco onde aprenderá a atuar e, sair aplaudido, e ascender ao panteão dos inesquecíveis e, assim viver eternamente, posto que o esquecimento é, este sim, a segunda e verdadeira morte, tal como ensina o Velho Livro.