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sábado, 22 de maio de 2021

O virus da Ignorancia.



Amigos, candidamente, sinceramente, seriamente, digo que ontem fiquei com dó do Brasil. Daquele Brasil que não é bem o nosso, agraciados que fomos com alguns recursos; se não tanto quanto gostaríamos mas, ainda assim, suficientes para uma vida decente, digna e, isso sim de grande valia: o conhecimento suficiente para nos colocar a salvo das pregações dos Charlatões da Política que, agora, incursionam pela Medicina. 


Ouvi falar sobre possível ineficácia - ou ao menos, menor do que a eficácia esperada - da vacina Coronavac. Segue, resumidamente, o balanço do círculo de ferro e dor vivido pelos humildes e descalçados brasileiros e que, provocou em mim aquele que é considerado o pior dos sentimentos, qual seja, a dó:

Doença terrível e desconhecida, assola os continentes. Busca-se a origem e algum culpado, pois, como sempre, antes de uma solução, o importante é ter um culpado para distrair as massas. Chineses e seu odioso cardápio a base de animais pestilentos, são os escolhidos. A pandemia assusta, e os olhos da nação, voltam-se para o presidente da república, Jair Bolsonaro. É a oportunidade de ouro que lhe cai no colo, para provar que não é somente um bravo comandante ao enfrentar gays de "sangue contaminado", gordos quilombolas e jornalistas de perguntas atrevidas. Não acontece e, repete-se a maldição que o condenou a burrice incuravel e que o levou a se desentender com a Arma que lhe deu a patente de capitão; desta vez estrelando desinteligências com autoridades médicas as quais nomeou como seus ministros. Parece ignorar que a diplomação para Presidente da República do Brasil, não inclui diplomação que o habilita como médico, enfermeiro, portador de padiola ou, conforme admitiu em raro ato de sinceridade, sequer como coveiro, apesar das mais de 500.000 sinistras oportunidades que ajudou a criar. Entre atos desatinados em padarias e feiras de rua, propala barbaridades insuportáveis, banaliza cuidados, contraria ministros da saúde e seus aconselhamentos aprendidos na Medicina ortodoxa. Foram prontamente chutados e substituídos por general que, alardeado como grande oficial logístico, revelou-se, isso sim, acabado mentiroso, além de não entender nada de logística, conforme ficou provado no fracassado abastecimento do Amazonas com oxigênio e, o transporte de insumos da Índia, quando o avião lá enviado, retornou vazio... 
O Presidente-médico garante que atleta "não pega o vírus"; que Ivermectina e outras "inas", curam, conforme ensinou-lhe o que, em divina visão, foi revelado ao Grande Deus Louro Americano, agora em vergonhos e embaraçoso exílio, às voltas com as Leis da Terra. O vírus é sensível à virilidade do brasileiro, sujeito macho e que não o teme. Fiocruz e Butantan que podiam fabricar até mesmo o insumo, sequer este o tem disponível para produzir a vacina. Importa-se vacina em quantidade insuficiente, raciona-se a aplicação da mesma por idade e periculosidade do ofício de cada um; apesar da utilização da "xepa"... falta oxigênio no pulmão do mundo; salvam se alguns amazonenses graças a humilhantes doações do precioso gás, feitas pelo "esquerdista" Maduro; faltam leitos, faltam caixões, e os disponíveis são usados para enterrar... cascalhos; esfarrapada tentativa de reduzir os numeros da tragédia. Não, não eram defuntos; eram pedregulhos! Depois de angustiosa espera, alguns cidadãos, maioria de idosos, recebem injeção de... ar ou, soro!!! ao invés do tão esperado salvo conduto chines, russo, americano, indiano... Sucedem-se os roubos e atos corruptos na compra do medicamento; estragam-se vacinas por falta de cuidados no armazenamento, otários pagam por injeção de soro, ricos vão ao exterior para serem vacinados, vacinas são vendidas na 25 de Março... instaura-se a desordem. Fornecedores - países e empresas - boicotam, negaceiam, embaraçam o fornecimento de insumos e de vacinas, devido a tratamento mal educado e insultos racistas proferidos por autoridades brasileiras (pasmem!). Humilhantes desmentidos, camuflados e pouco sinceros pedidos de desculpa,são oferecidos aos malditos "comunistas" chineses, na tentativa de restabelecer as remessas provindas da China... Brasil, uma das 10 maiores economias globais, é incluido pelos EUA na lista de nações miseraveis que irão receber a titulo de caridade, vacinas que lá sobram.Comissão de inquérito é instaurada para apurar os responsáveis pelas falcatruas. Antigos bandidos compõem a CPI que convoca bandidos novos e antigos. Insultos indefensáveis são trocados. O STF concede habeas corpus aos bandidos novos, para que estes possam calar e mentir deslavadamente, aos bandidos que os julgarão... e, a pizza está quase pronta...mais uma vez! É, ou não é de dar dó do iletrado, mal-defendido cidadão que votou em A, B, ou C, na esperança de ter trabalho, comida e, vá lá; moradia? Agora, tiram-lhe a própria vida.... Com toda licença, paciência e compreensão dos amigos, digo a estes malditos: Vão pra puta que vos pariu e, de lá, sigam para o inferno com a vaca desgraçada que não lhes ensinou cristandade, caridade, e algum; ainda que fosse somente algum; caráter...

domingo, 17 de janeiro de 2021

Avolumam-se os e-mails que tem como "Assunto" as agourentas palavras  "Notícia ruim" ou "Notícia triste", invariavelmente, ao menos para mim, enviados pela Leninha, a guardiã da Tchurma. E, lá está a melancólica informação de que algum amigo ou amiga, finou-se. Repetem-se os naturais sentimentos de impotência diante dessa "epidemia" interminável a que chamamos Morte. Seguem-se as costumeiras palavras de condolências dos velhos companheiros de mais de meio século, carregados de maior ou menor emoção, a depender do grau de proximidade com o falecido. Em boa parte das mensagens, nota-se a estupefação diante do desaparecimento do antigo amigo. Ali, mais uma vez, estará um grupo de pessoas, tal como elefantes, a mirar o semelhante abatido por esse predador impiedoso, silencioso, imprevisível, indefensável; a Morte. Anos incontáveis, séculos de perdida memória passaram-se e, em todos eles, infalivelmente, a Morte esteve presente. Entretanto, a repetição desse acontecimento, não tem sido suficiente para que cheguemos a um acordo pacificador da alma; a uma rendiçao incondicional a essa fatalidade e, assim, sempre somos surpreendidos e reagimos como fosse desconhecida e inesperada desgraça.

Há uma popular comparação da vida e morte a uma viagem de trem. Nele, embarcam e desembarcam pessoas nas estações que se sucedem ao longo do infindável percurso. A comparação é boa, e ajuda. Em outra analogia, preferiu-se comparar a vida e morte, a estadia em hotel. Nada do que cerca o hóspede, lhe pertence. A cama onde dorme, a mesa onde se alimenta, a mobília que lhe acomoda, tudo ali será de breve serventia e, haverá um momento em que até mesmo a roupa que veste, terá de ser abandonada. Mas, asseguram os sábios que, a virtude e a honra sobrevivem no espírito. Para isso, nada deve ser deixado para depois. Não temos controle sobre a morte mas, sim, sobre a vida. É preciso encerrar cada dia tendo as dívidas pagas, tal como se espera de uma pessoa honrada e ética, ou, se preferirmos, não se deve desviar o olhar da morte por nenhum um minuto, já que ela, tal como um trem, é a condução para uma existência melhor e eterna e, não devemos perdê-la. Quem espera a morte, nada teme. Entretanto, é necessário não deixar nada inacabado, seja um pedido de perdão ou uma despedida, pois isso tornará mais difícil adentrar ao trem que nos espera na estação para o embarque inadiável. Deve-se partir, deixando todas as contas quitadas, sem necessidade de retornar para acerto de dívidas de nenhuma espécie, de corrigir faltas para com a honra, ou para aprendizado e prática de virtudes básicas. 
Por um momento, a morte pode ser triste mas, em essência, é compreensível e bem-vinda. Por mais suscetível sejamos a dor da separação, a realidade irrefutável é que, revoltar-se contra a morte, não é sensato e, assemelha-se a criança que se recusa a sair do ventre da mãe que o espera para lhe dar amor e carinho. Entrar para o palco onde aprenderá a atuar e, sair aplaudido, e ascender ao panteão dos inesquecíveis e, assim viver eternamente, posto que o esquecimento é, este sim, a segunda e verdadeira morte, tal como ensina o Velho Livro. 

quarta-feira, 15 de abril de 2020

E, depois do virus?

São muitas as especulações sobre o que será a vida pós-virus. Morbidamente mas, fiel a atual realidade trágica que se impõem a todos os viventes, é honesto desenganar-se e atestar que, na falta de droga eficaz, pode ser que nada restará senão vergar-se a autoridade da morte e, quem sabe, receber generoso perdão, caso não praguejemos no suspiro final e aceitemos, abnegadamente, a decisão do Grande Algoz. Mas, morte, já foi dito com grande propriedade, é sempre assunto para depois. Vamos aos destroços que restarão aos sobreviventes, nessa análise que não tem a pretensão de balançar os alicerces do Wall Street da atormentada Nova York, tampouco causar abalo a opinião dos investidores do Bovespa da imprudente Sao Paulo.

A consolidação de uma nova realidade, qualquer seja ela, depende do desenvolvimento de droga que cure o paciente em casa, dispensando internações e recursos como respiradores, camas, máscaras e, pessoal médico. Vacina, tudo indica, não estará disponível antes de 1 ano, ou mais. Pensando na AIDS diante dessa nova praga, verifico mais uma vez que, o pior problema, é sempre o último com o qual temos de lidar.

Durante o tempo necessário para que se descubra droga que cure, remedie, ou traga imunidade, o cenário futuro não é animador. Se as pesquisas e produção da droga demorarem além do que as economias das famílias durem e, os fundos públicos possam garantir a subsistência dos menos favorecidos, as falências, queda de produçao, queda de renda e, inflação serão possibilidades reais. Desordem social não será surpresa. Hordas de desempregados trarão aumento da criminalidade. Saques, assaltos e latrocínios farão parte do cotidiano. A polícia terá de ser equipada e treinada para evitar contaminação ao lidar com a prisão de bandidos, e com aprisionados. Às cadeias e penitenciárias se tornarão um amontoado de contaminados e celeiros de vírus. Dai, ser imperativo que a corrida rumo a droga salvadora, seja vista como a nova corrida do ouro; a busca ao Santo Graal no século 21; a luta pela salvação da vida urbana como a conhecemos durante esses últimos 3 ou 4 séculos.

A queda de renda, e de procura, poderão não ser suficientes para compensar a diminuição da oferta de bens causada pela queda de produção, principalmente de itens essenciais, tal como alimentos. Assim, a escassez de bens, alimentará a alta de preços e, inflação. Não é exagero pensar-se na volta da ciranda financeira, provocada pela alta dos juros pagos pelos bancos. Estes, na ânsia de obter lucros emprestando os recursos captados aos necessitados de crédito, oferecerão retorno alto aos investidores, desestimulando o trabalho que produz bens, alimentando a alta de preços; a inflacao.... Mas, o grande causador da alta dos juros será, mais uma vez, o govêrno que, para compensar a queda de arrecadação provocada pelo quadro recessivo, irá buscar dinheiro no mercado financeiro, competindo de forma desigual com o empresário que precisa de capital para produzir bens. Solução? Opçoes? Primeiro, esquecer as metas de endividamento público, naquilo que o vulgo, em linguagem simples mas avalizada pela realidade, classifica como entregar os anéis, para salvar os dedos. Em segundo, lançar bônus do Tesouro por ser este o método menos inflacionário, embora recessivo e, terceiro, se inevitável, imprimir. Utilizar os recursos captados para, em primeiro lugar, financiar um programa de renda mínima para manter a população mais carente alimentada, longe da criminalidade, saudável e fora dos hospitais públicos. A produção de alimentos, incentivada pelo consumo da população carente, manterá a agricultura em funcionamento e gerará consumo de maquinário e insumos agrícolas. Em outra frente, aplicar recursos em obras de infra-estrutura; rodovias, estradas de ferro e, manutenção das já existentes. 
Será preciso grande demonstração de parte dos políticos, de desapego ao poder e, de entendimento da gravidade do momento que atravessamos. E, ai, estará um dos grandes obstáculos a sobrevivência nesta hora difícil. O começo tem sido pouco promissor, já que o governo está a guerrear consigo próprio. É absurdo o grau de divisão que impera entre Jair Bolsonaro, Mandetta, Weintraub, militares e, os filhos de Bolsonaro. Não é difícil imaginar os extremos a que chegarão, a medida em que se aproximam às eleições e a crise se agravar. A História ensina que, nessas horas, a solução latina, é o golpe militar. Não será diferente desta vez, caso o cenário se confirme. Os militares continuam muito apegados ao jogo político; basta verificar os cargos que ocupam na administração Bolsonaro. Ainda assustados com o fracasso da Revolução que brindou o país com um sem-número de presidentes e governadores assaltantes, desta vez preferiram tomar o poder por vias democráticas, ao invés de um golpe militar. Apostaram e ganharam elegendo o capitão que, apesar de causador de confusão no Exército, tinha a vantagem de ser deputado federal e, assim, supostamente, conhecer a selva política brasileira. Não se confirmou. O desastre que se aproxima inexoravelmente, dada a incapacidade e burrice de Jair, foi agora catalizado, acelerado, por um vírus arrasador e inesperado. Já não resta dúvida de que consequências funestas, sociais e econômicas, em todos os quadrantes do planeta, surgirão. E, como mais uma vez ensina a História, dúvidas sobre quem dita a nova ordem, serão dirimidas pelos países que têm  o dólar maior, ou o porrete maior, nessa exata ordem. Ao Brasil, caberá o papel de continuar a vender a mão-de-obra barata de seus trabalhadores pouco treinados, pouco ou nada, formalmente educados, produzir bens do tier secundário da economia e, vender insumos básicos dessa terra onde, se procurando, plantando, tudo dá, tudo se acha… principalmente incompetência e desonestidade de seus políticos vagabundos e aventureiros..

Socialmente, é possível que haja um distanciamento das massas em relação às religiões. Pode ser otimismo exagerado mas, não custa nada esperar que as pessoas enxerguem que seus pastores, curandeiros e sacerdotes, são tão impotentes quanto eles próprios diante das desgraças e cataclismas. Que mais vale a presença de amigos que trazem apoio moral e/ou financeiro, do que a de mercadores de alma e de votos. E que, não; Deus não está no comando. É estúpido dirigir esta nave de forma louca e, depois passar o comando a Deus. Tecnicamente, embora as perdas emocionais sejam imensuráveis, estão se dando melhor os países que se prepararam para a desgraça indo a escola e aprendendo a fabricar mais rápido e mais barato, respiradores e máscaras. Vide a atéia China e, os estudiosos EUA. A vacina e outras drogas, com certeza, virão dos países que têm às melhores universidades e que, preferiram estudar e fazer sua parte, antes de entregarem o comando a Deus. Se Israel descobrir a vacina e outras drogas, não é porque é a Terra Prometida mas, é porque seus filhos vão à escola e foi assim que venceram 25% dos Prêmios Nobel distribuídos. Fé é importante mas, somente para pedir a Deus clareza e pensamento lógico para tomar decisões e resolver problemas. A morte é certa, com ou sem fé. O resto, é pensamento primitivo que, admito, ajuda a matar o tempo mas, pode, também, matar pessoas.

domingo, 13 de setembro de 2015

Democratas cangaceiros...

Então, agora vamos de impeachment! Que chic! Vamos posar de civilizados a caminhar, enojados, indignados, por entre as vielas dos túmulos dos 50.000 mortos anuais, tomando o cuidado de não tropeçar nas duras pedras da indiferença e hipocrisia. Nossas estúpidas lideranças políticas, ignorando  as boas práticas jurídicas, tolamente, em completo acesso de insensatez, canalhamente, pregam o defenestramento da não menos ignorante; ignorante na mais reles acepção da palavra, presidenta. Não  provas concretas contra Dilma, que justifiquem o impeachment, por mais que a queiramos sendo enviada para o planeta XYZ distante milhões de anos-luz, não da Terra, mas do Sol! Culpas, responsabilidades? Há! sobram, pululam! Mas, e o rabinho preso? Ou, você pensa que tudo "sai no jornal", tudo "deu na VEJA"? Então, tolinhos do meu Brasil varonil: Dilma vai continuar ali, a menos que se tragam as provas cabais que justifiquem o impedimento desta para continuar a governar essa carniça onde se banqueteiam os urubús e a qual chamamos de Brasil! E, essas provas cabais  surgirão se as quadrilhas que não estão exercendo o poder, chegarem a um acordo sobre a partilha do futuro butim! Lula e todos os demais bandidos serão eleitos deputados ou senadores, ou mesmo, presidente do pais,  nas próximas eleições. E, ainda que venham a fazer parte do Ficha Suja, serão empossados tal como o foi o deputado-condenado Paulo Maluf, que não pode sair do Brasil sob pena de ser enjaulado pela Interpol mas, pode entrar no Congresso brasileiro, emporcalhando-o ainda mais e, tornando-o uma casa de meretrício, quando na verdade, sua função é de ser uma Casa de Leis. Maluf deve tudo isso  ao extraordinário número de brasileiros mau-caráteres que o elegeram (+ de 200 mil!), ainda sabendo ser este inelegível.

Então,você ai, trate de aprender funk, entre para uma escola-de-samba (as únicas que progridem), aprenda a balançar a bundinha, ocupe-se com as grandes causas da nação, tal como beijo-gay entre sexagenárias, casamentos zoófilos e outras grandes pautas da "humanidade". O Brasil não tem problemas e, assim, travestido de grande civilização "européia", encena essa bufa vida de otário. Sim, não pense que, o que ai está, é somente por culpa dos portugueses, nãoÉ sua também! 

Para a rala minoria, de raras pessoas conscientes da calamidade que é hoje   o cenário politico brasileiro, peço que compreendam meu desabafo! 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Um novo dia...

Um novo dia. Chove equatorialmente no deserto Utah. Como Humphrey Boggart em Casablanca, "I was misinformed..."  e, o jeito é ficar no computador. Consulto os jornais e, lá está: BB King morreu. Não ouço BB King tanto quanto deveria, mas sei que ensinou Keith Richard e Clapton a misturar blues com rock and roll. Alguém lá dos pântanos vai substituir BB King; bem ou mal. A polícia de Chicago não tem se comportado bem - torturas, chantagens, degradação e abuso sexual de presos - e, alguém culpa Obama. This is not América... mas é, também!  No RJ o filho de Sérgio Cabral é condecorado e ninguém sabe exatamente o porquê. Dizem que a comenda, um dia alta, também está desgastada... Na Antártida, mais um bloco de gelo está a derreter. Fim de whisky on the ice-age rocks, gentlemen! É maior que Rhode Island e, vai elevar o  nível dos mares. Talvez, venham a lotear a Antártida... Preciso aprender Física porque isso não tem me preocupado, o tanto quanto deveria. O cara do REM dança muito engraçado, enquanto se despede da religião... Uma velha cicatriz, uma velha dor, que dói lá atrás, em anos já corridos... A Ministra da Justiça de Israel é muito bonita e secular mas, tem um olhar que a condena... Os cães de Johnny Depp não foram sacrificados mas, a Austrália vai queimar carvão e os aborígenes serão sacrificados... A noticia de que Kim Jong Un usa arma anti-aérea em fuzilamento, não pôde ser confirmada. Talvez seja essa a solução para a falta de drogas letais usadas nas execuções de condenados a morte nos EUA; misseis Tomahawk. Os países nórdicos não são lá exatamente o paraíso perdido que se buscava, poluidores, beberrões, grandes consumidores de anti-depressivos, casas muito apertadas, e outras calunias inglesas, mas o sotaque da cantora do Abba é muito legal... Ainda bem que o coronel Telhada vai emprestar sua larga e bem sucedida experiência no trato com a sociedade civil, a Comissão de Direitos Humanos... Ali Baghdadi manda outra mensagem aos muçulmanos; precisam melhorar a pontaria... Só mesmo ouvindo Elis que bem podia ter ficado um pouco mais... Ainda bem que normalizaram as relações com Cuba... espero que tragam de volta o Buena Vista Social Club, antes que se decidam, algum dia, a sepultar Castro, porque essa temporada já está indo longe demais e, ninguéé de ferro...

domingo, 12 de abril de 2015

Águas Mortas

Foto: Nilton Fukuda/ Estadão
Estão a mapear a hidrografia de São Paulo e, acabaram descobrindo “rios invisíveis”. Dobrou-se a bacia hidrográfica do estado, com a descoberta de “novos” riachos e nascentes. A foto na reportagem do jornal o Estado de São Paulo (http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/hidrografia-de-sp-dobra-com-a-descoberta-de-300-rios-invisiveis/), não deixa dúvidas quanto a razão de estes não terem sido encontrados, antes. Estão cobertos por lixo, garrafas plásticas e, toda sorte de imundícies. Não seria exagerada a notícia, informasse ter sido descoberta uma das maiores redes de esgotos a céu aberto do país e, possivelmente do mundo. Exagero está em chamar o esquelético riachinho da foto de “rio”. É possível que o repórter seja jovem e, não saiba o que é um rio de verdade, já que os que restaram, não passam de corredores por onde correm os dejetos das cidades.

Dias atrás, comentava eu que, criança, sempre quando chegava a algum lugar para onde viajava, a primeira pergunta que fazia aos outros meninos ou adultos, era: Tem rio? Tem lagoa? Se não houvesse, a visita caía muito em meu interesse. Se sim, as perguntas seguintes eram: É fundo? – “da pé”? É verdade que custou-me bons sustos e, pelo menos em 2 ocasiões, quase a vida mas, o encanto que um rio de águas limpas causava nas crianças – e também nos adultos – era inegável. Sou de opinião que toda criança deveria, no mínimo, ter a oportunidade de subir em um pé de ingá, comer seus frutos (ingá é fruta?), e pular para dentro do rio. Fiz isso, muitas vezes, em meu, então limpo, Itapemirim. Fazer uma jangada de troncos de bambú e, descobrir as magias da navegação. Sim, navegação. Cheguei a sentir-me como um almirante inglês em minha jangada de troncos de bananeira que, sem demora, encharcados de água, afundava antes que pudéssemos nela subir....

Pieguices a parte, que os dias são secos e desertos, faz muito tempo que os rios de São Paulo tem sido vítimas da violência das pessoas e, do descaso e da irresponsabilidade das autoridades. Lembro com pesar, ter visto os riachos da cidade onde morei por bom tempo, Santo André, morrerem soterrados por despejos químicos, pneus, animais mortos, sofás, e toda sorte de lixo urbano... As chuvas, naqueles tempos mais frequentes e torrenciais, caíam e limpavam as sujeiras, mostrando aos homens, ainda que por um curto período de tempo, o quão belas seriam as cidades, se a convivência dos homens com a natureza fosse mais harmoniosa. Mas, esta, nunca conseguiu convence-los com seus sábios sinais e, logo em seguida, la estavam, novamente, os pobres rios entulhados de imundícies do cotidiano pobre, triste, de vidas miseráveis.... Não fosse essa tragédia suficiente para apagar a graça de nossos rios e belas florestas, adicionou-se a ela a burrice oficial de nossas autoridades. E, essa é, com certeza, a de maior malignidade pois que é o resultado de desonestidade (corrupção), ignorância e burrice, somados. Vem na forma de “obras” para melhorias contra enchentes. Ora, as enchentes são causadas pela retificação do leito dos rios. Os naturais e belos meandros que o rio faz para seguir seu caminho, é substituído por um leito reto, sem obstáculos, feio, sem nenhuma graça ou beleza. As águas, principalmente em épocas de chuva, descem com força e velocidade, destruindo tudo que encontram pela frente. E, pela frente, há muita ocupação desordenada, fruto da ganância imobiliária; ocupação esta, autorizada, muitas vezes, sob o argumento poderoso das propinas as autoridades de plantão. Em seguida, será necessário desassorear o rio, agora, então, entupido pelo que carregou sua enchente. E la estão as empreiteiras, como urubús sobre a carniça dos animais mortos que emporcalham os rios, prontas a tirar o entulho acima do rio e deposita-lo... abaixo do rio. É esse circulo vicioso, maldito, que assassinou os nossos rios, os quais teriam ajudado em muito a aliviar esta seca de proporções quase bíblicas que assolou São Paulo neste ultimo verão, não estivessem  estes já mortos, fétidos, apodrecendo lentamente ao sol dos trópicos...

Há gente que desconhece correr embaixo do vale que lhe emprestou o nome, o velho rio Anhangabaú...  Anhangabaú, na vogalmente sonora língua dos primeiros habitantes de nosso pais, quer dizer Rio das Maldições... Em estranha e certeira profecia, os índios guaranis assim o batizaram...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Adeus...

De quantos Adeus! é feita uma vida? Poucas coisas são tão certas de acontecer ao longo da existência, quanto a um Adeus!... São tantos os amores que se vão... de mãe, de companheira, de filhos, de amigos, de pessoas sem título algum mas, absolutamente queridas... pode variar o sabor do Adeus! mas, este é sempre mais, ou menos, amargo... 

Na longa estrada percorrida por quem um dia partiu, até que chegasse a quem o esperava, já, ali mesmo, naquela chegada, iniciou-se um dolorido Adeus! Há pessoas queridas que nunca disseram Adeus! mas, também nunca chegaram a nós, por mais as tenhamos esperado. Ficaram ali todo o tempo... víamo-las,  sabíamos de sua existência mas, nunca chegaram... Há, também, aquelas as quais nunca vimos e, em nós sempre estiveram. Nasceram de um sonho e, em melancólica reflexão, sabemos que estão em algum lugar, em algum tempo, distantes, em outra dimensão talvez. Em lampejos de razão, temos a certeza de que jamais farão parte de nossa existência ... Há pessoas que passam e, mal chegam em nosso porto. Um breve Olá! seguido de um rápido Adeus! Não há tempo para sofrimentos; não há tempo para alegrias. A vida é rápida e indolor naquele momento de pequena esperança em alguém que veio, sem avisar que partirá, assim, tão rápido como chegou... Mas há aquelas que lá sempre estiveram a nossa vista... quietas, adormecidas, latentes... um dia, despertam, brilham, iluminam nossa existência e, desaparecem na noite do esquecimento, tal como fugaz estrela cadente em noite de lua tímida... Cegados pela intensa luz que trouxeram, permanecemos imóveis,  aturdidos, sem enxergar o caminho por onde seguir... É aguardar que as águas dos dias passem e, carreguem consigo os escolhos da tormenta que se abateu sobre nossa confusa alma que busca saber o que lhe aconteceu... e viver para um novo Adeus...  o Adeus de alguém que partiu depois de longos anos de convivência, permeados de alegria, dores, contrariedadesraivas, derrotas, tristezas e vitórias... É angustiante aceitar sem maldizer a partida da qual sabíamos mas, recusavámo-nos a pensar fosse, um dia, acontecer. Ter de soltar as mãos que seguram-se no último enlace dos dedos, que se negam a permitir que se vá uma parcela de nossas vidas... São, essas pessoas, como que parte de nosso corpo, tal como uma mão, uma perna, um braço, um ôlho... estavam ali e, de repente, não estão mais! Inicia-se o duro processo de aprender a viver mutilado para sempre... Naquele momento, desaparecemos um pouco; junto com esse alguém que se foi... Se toda chegada é o alvorecer de uma existencia, é certo que morre-se um pouco a cada partida... 

Revoltar-se diante de irrevogável Adeus! é má escolha. O melhor que se faz, é aceitá-lo com abnegada renúncia e coragem. É como escolher entre um cálice de fel, ou de mel ligeiramente amargo... mel da esperança. Esperança, quem sabe vã, do reencontro... para um novo Adeus!