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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

So...los Sacros...




O professor Emir envia e-mail, informando que Deus, aborrecido com a maneira desumana com a qual vem sendo adorado, resolveu adotar a Solução Final como forma de resolver, de vez, os problemas humanos e divinos. Sim, divinos, também. Afinal, fomos criados a semelhança Dele; e bom lembrá-lo. E claro que o e-mail do professor, é uma brincadeira, uma piada, e recebi-a com humor muito melhor do que quando recebia as provas de matemática, para as quais eu nunca estava preparado - é bom que se diga - entregue de carteira em carteira pelo zeloso mestre... Voltando as atribulações divinas, sem a pretensão de emitir juízo de cabimento da queixa, devo dizer que compreendo, senão as razões, as frustrações Dele. Veja lá você, rastejante peregrino humano, se não é o caso de perder as estribeiras e pedir ajuda ao Canhoto: E noticia nos jornais que, Israel está em adiantado processo para decretar incorporados ao seu território, duas localidades consideradas sagradas para judeus e muçulmanos. Sim, é isso mesmo; eles concordam em certas coisas! Trata-se da Gruta dos Patriarcas e, do Túmulo de Raquel. Judeus e muçulmanos consideram-se descendentes diretos de Abraão, via Israel e Ismael. Seria muito interessante saber o que pensam da querela sem fim, sem quartel e sem farnel, Abraão, Israel, Ismael e Raquel (gosto de uma rima!), ficando nestes quatro, para que não haja mais desentendimentos e mais guerras... Ninguém pretende negar a validade da preservação da cultura e tradição dos povos mas, os motivos para a contenda, tanto de judeus como de muçulmanos, estão a beirar o ridículo . Pretendem que o lugar seja destinado a adoração, veneração de divindades. Tudo que conseguem é jogar mais gasolina em fogo já sem rédeas... Velhos, sujos e barbudos sacerdotes de todos os credos, perambulam por entre as ruinas de um passado que, ao certo, não se sabe a quem pertence. Disputam a primazia de oferecer adoração e honras a deuses, de há muito tempo, mortos e que, se vivos em outras paragens, estão irremediavelmente surdos, posto que não atendem aos rogos de paz entre os homens. Batem, uns, a cabeça contra antigos muros, enquanto outros, descalços, barbudos e maltrapilhos, atendem convocação feita a variadas horas do dia, para que prostrem-se e misturem-se ao pó, de onde vieram. Alguns, mais afoitos pelo retorno, explodem-se em logradouros públicos, levando consigo alguns "voluntários" na viagem ao Paraíso, onde, supõem, encontrarão virgens e paz. Não compreendem que, as virgens, embora assim não durem muito, são enviadas para cá, por motivos desconhecidos. O caso é complicado e, envolve cobras e maçãs. A prudência manda que se desconfie de tais remessas, aparentemente sem razão lógica. Quanto a paz, também a temos, a cada dia mais: A paz dos cemitérios...

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