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sábado, 24 de abril de 2010

Com muito afeto...

Outro dia, precisei fazer aniversário. Alguns bons amigos, não me falaram nada. Outros, tão bons quanto aos primeiros, pediram-me que procurasse viver mais um pouco. Preocupei-me, pois não tenho a intenção de morrer nos próximos dias ou meses. Anos, já é outra conversa e, requer negociação mais atenta. Houve, mesmo, alguns que requisitaram a interferência de Deus, o que levou-me a pensar que minha situação é mais grave do que eu próprio avalio. Na melhor das hipóteses, estes amigos não confiam na minha sinceridade de propósito quanto a manter-me vivo o mais que puder e, pedem ajuda divina. Uma amiga querida, enviou-me foto de quando era jovem, o que animou-me bastante ao reparar que as avarias estão dentro do previsível. Sempre é bom lembrar que, ficar velho é, ainda, a única maneira de permanecermos vivos.
Enfim, essa avalanche de afeto fez-me muito bem, e recebo-a com humildade e alegria. Muito obrigado! 

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Um Rio que transborda...

Querida amiga comenta sobre lição duramente aprendida por Paris, depois de trágica enchente e, enche-me de vaidade ao promover-me a profeta, perguntando "...quando será nossa vez?" Segue minha resposta:
Leninha, desculpe mas, vou passar essa pergunta. Seria muito mais fácil colocar a culpa em Deus e ir em frente mas, vou deixar isso para o Sérgio Cabral, que é pessoa de sólidas convicções religiosas e, mais uma vez, vou tomar os caminhos da amargura. Nunca fui ecologista e nem participo de ONGs e, assemelhados. Entretanto, brinquei muito em rios e lamaçais, e se não aprendi a domar enchentes, passei a amar de paixão a Natureza. Lia e deixava-me envolver pelos livros de Jose Mauro de Vasconscelos a ponto de sentir profunda dor ao ver essa praga da canalização acabar com nossos córregos e, alguns rios das nossas cidades, onde Frei Abóbora deveria estar navegando em Rosinha Minha Canoa. O Anhangabau poderia muito bem ser o Sena brasileiro, garanto que, com vantagens. Esta sepultado vivo. Porque não urbanizar com respeito os nossos rios e, deixar que emprestem as nossas poluídas e feias cidades, um pouco de graça e beleza? O mundo dito civilizado, cuida de seus raros rios com carinho e, os valorizam com muita devoção. O Tâmisa de Londres foi despoluído e, é motivo de orgulho para a Inglaterra. Você menciona o Sena e, assim por diante. Quanto a nos, primeiro usamos os nossos córregos e riachos como esgoto. Depois, ocupamos o ultimo milímetro das margens. Em seguida, vem a festejada e maldita canalização. O Tamanduateí recebeu uma "tampa" a que chamam de elevado. Elevada burrice, digo eu. Vou mudar de assunto e, falar de coisas mais animadoras: Essas enchentes que atormentam as nossas cidades, por exemplo. Fala-se tanto na impermeabilização dos solos mas, nada se faz, alem de escolher nomes que ajudem o afogado cidadão, a engolir toda essa água pôdre. Temos ai "impermeabilização", "retificação de leito" e, outros entulhos mais a perpetuar o entupimento das mentes e dos canais de esgotos, o que em certos casos, da na mesma. Mas, vamos de impermeabilização; Muitos anos atrás, Gurgel, aquele sujeito que fazia carros de fibra de vidro e, que levavam o seu nome, explicou pedagógicamente o lamaçal em que insistimos em afundar: Quarteirões cheios de prédios, onde deveriam haver casas com varandas e quintais, Meu Pé de Laranja Lima, gato e cachorro. A quantidade de esgoto gerada, e multiplicada ao extremo dado o numero de prédios e, o numero de apartamentos por prédio. Adivinhe onde esse esgoto, com louváveis exceções vai parar, depois de "tratado"? Adivinhou! Sempre gostei de sua sagacidade. Some-se a essa estupidez, os pisos completamente "impermeabilizados". Ou seja, quando chove, adivinhe onde vai parar toda a agua que deveria ser absorvida pelos bons e velhos quintais? Adivinhou de novo... vai ganhar beijinho! A tudo isso, você pode adicionar morros que são deposito de lixo, o que facilita os deslizamentos. Temos os tais meio-lotes onde as casas, ainda que modestas "impermeabilizam" todo o quintal..., Como resultado dessa adição maligna, temos a tais tragédias das enchentes. Se considerarmos o tamanho da irresponsabilidade, com todo respeito a dor de quem perdeu entes queridos nas águas barrentas, ate que saiu baratinho... E assim, vamos. Daqui a uma semana, ou menos, todas as soluções dos técnicos vão ser levadas pelas enxurradas. De tudo, ficarão "verbas consignadas" no orçamento para dragagem dos rios e, entupimento das contas bancarias das grandes empreiteiras... A lama, ficara nas margens a espera de novas enchentes.  A lama das empreiteiras e seus padrinhos, essa, ninguém draga!

Make it a great day!

Bosco

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O silêncio dos santos...


Tenho grande admiração pelas pessoas que perseveram, mesmo, sob grandes dificuldades. Entretanto, não tenho nenhum sentimento positivo diante do esforço que Sua “Santidade” faz para manter certa aparência de dignidade, nesta que é uma época de grande significado para a comunidade católica, qual seja, a Páscoa. Não entendo ser, pena/constrangimento, um sentimento positivo. Leio que Bento XVI, na mensagem que dirigiu aos fiéis, pela enésima vez, condena a prática do aborto. Em tempos em que estamos a proteger tigres, ursos polares, baleias e insetos; gasta-se milhões com alimentos e medicamentos para animais de estimação, entendo que devemos, sim, proteger fetos. Coloco argumentos tão rasos, para facilitar, penso, a compreensão de meu arrazoado. Voltando as recomendações de Sua Santidade, seu silêncio a respeito dos milhares de casos de pedofilia envolvendo seus funcionários, é patifaria. A veemência com que Joseph Ratzinger - seu verdadeiro nome -  ataca os métodos não naturais de contracepção e, o aborto, não tem correspondência com a omissão que dedica aos crimes de pedofilia, cometidos por sacerdotes da Instituição religiosa da qual é chefe. Quando penso em certos dogmas católicos como, por exemplo, a Infabilidade Papal, sinto engulhos... Posso garantir que já dediquei razoável parte de meu tempo, tentando entender a coerência da Igreja ao tratar destes e outros assuntos com os quais vive a se meter. Sua longa tolerância para com os padres pedófilos, só tem explicação se visto como método anticoncepcional “natural” e, de trôco, ainda previne indesejáveis e pecaminosos abortos. Engenhosos esses padres, não? Estou aguardando para saber qual é o método utilizado pelas freiras...
Recentemente, vi aqui em Utah, uma belíssima igreja católica de arquitetura “spanish mission”, a venda. Vindo eu de país maciçamente católico, fiquei consternado com o fato. Mais ainda, quando passei novamente pelo local e, lá estava somente o buraco das fundações do que, durante mais de um século, foi uma imponente igreja... Hoje, compreendo e presto homenagem, a visão do responsável pela liquidação do templo. Foi uma premonição. Recomendo a Bento XVI que faça o mesmo com todos os prédios católicos ao redor do planeta e, use os fundos arrecadados para indenizar as milhares de vítimas sabidas e a saber. A Baviera é um lugar, dizem, aprazível. Com certeza, bom local para exilar-se e auto impor-se voto de silêncio, já que Sua Santidade decidiu por calar-se. Que nos poupe de suas hipocrisias calando-se de vez e, entregando o assunto a polícia.
Erradicou-se a praga do comunismo. O capitalismo, teve de ceder terreno a maciça intervenção do estado, mesmo em sua Meca, os EUA. Rússia e EUA, mais uma vez fazem cortes respeitáveis em seus arsenais nucleares. Finalmente, as maiores potências do mundo acordaram quanto as sanções a serem impostas ao Iran, por conta de suas ambições nucleares e, de “varrer” Israel do mapa. Enfim, ainda que desajeitadamente, o mundo tem feito avanços em direção a paz. Se olharmos, com olhos de ver, para as regiões do Planeta onde localizam-se as guerras, iremos constatar que todas elas tem como motivação, diferenças religiosas. Não tenho a menor dúvida ao propor: Por amor a Deus, acabem com as religiões!