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sábado, 5 de novembro de 2011

A Duquesa de Alba e o Plebeu de todos Nós


É verdade que a crise financeira pela qual passa a Europa, não poupou a Espanha. Ao contrário; veio para somar a, já então, longa lista de atribulações espanholas: alta taxa de desemprego, o fotoshop a copiar Velasquez quase a perfeição, redes de prostituições brasileiras, toureiros chifrados, mercado imobiliário em decadência, moinhos de vento, a Catalunha sempre rebelde, Messi, que fala espanhol mas, nasceu na Argentina e, outra injustiças divinas... E, foi em meio a todo esses desacertos que floresceu o amor outonal entre a Duquesa de Alba e Alfonso Díez Carabantes. Como era de esperar-se, graves suspeitas foram levantadas quanto a genuidade do amor de Carabantes pela Duquesa. Melhor assim; houvesse silencio e, este seria hipócrita. Afinal, Cayetana carrega 85 primaveras em seu currículo. Carabantes, embora não seja um Jesus Luz, tem toda a justa esperança de por aqui permanecer um pouco mais... Esta sólido em seus 60 anos e, exibe firmeza, ao menos nas fotos do matrimônio. Pacificando as línguas ferinas, previamente, a fortuna da noiva foi devidamente inventariada entre os herdeiros. Carabantes, discreto barnabé, nunca se casou e, não tem descendentes. Pá de cal sobre a pouca fé dos maldosos na imunidade do amor aos poderes vis do dinheiro, Afonso renunciou formalmente a qualquer parte no butim da Duquesa. Vindo do seio de modesta e laboriosa família espanhola, conheceu sua consorte na loja de antiguidades da mãe, largos 30 anos atrás. Reencontrou-a quando esta saia e, ele adentrava a uma sala de cinema. Afonso, sempre atrasado... Desde então, a amizade só fez crescer, culminando com a formal união, necessária para atender as convicções católicas de Doña María Del Rosário Cayetana Fitz-James Stuart y Silva. Se por um lado a frugalidade nos nomes dados a Afonso Diez Carabantes é reveladora da opaca vida de um profissional da previdência privada, por outro lado o quilométrico nome da duquesa revela não somente a movimentada vida de quem o carrega mas, também o de seus antepassados. Lá estão a nobreza espanhola, inglesa e francesa a misturar glórias e derrotas, virtudes e vergonhas por séculos passados e por vir...
O que lá vai no coração do plebeu e da nobre senhora, são segredos inescrutáveis que, talvez, nem eles próprios saibam. Pode ser que tudo não passe de uma simples manobra de vaidades e ambições. Pode ser mais uma traquinagem da vida a zombar dessa mania de querermos entender tudo que acontece a nossa volta. De verdade, só quem avançou por anos a fio nesta vida, é capaz de compreender que o novo sempre virá, mesmo dentro de corpos e corações envelhecidos... Vida longa ao casal!

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